A pesquisa insere-se no plano de trabalho “E quando a escola é no hospital? Narrativas de crianças, familiares e profissionais”, no âmbito do projeto Educação Também é Saúde, uma parceria entre a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e o Hospital Regional Dr. Aguinaldo Pereira, localizado na cidade de Caraúbas, Rio Grande do Norte. Com o intuito de desenvolver diferentes atividades educacionais no ambiente hospitalar, o Projeto buscou ouvir crianças, familiares e profissionais acerca das melhorias nos serviços de saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa (BOGDAN e BIKLEN, 1994), que utiliza como eixo norteador o método autobiográfico em educação (FERRAROTTI, 2010) e como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica, a partir dos estudos acerca da interface educação e saúde em Passeggi e Rocha (2016; 2018), da educação da pessoa surda em Sacks (1990) e Skliar (1998), e no ensino de Libras buscou-se as compreensões e orientações de Rocha e Fagundes (2019), e da pesquisa empírica a partir da aplicação de questionários para o levantamento das principais dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde no acolhimento das pessoas surdas na cidade de Caraúbas/RN. Neste sentido, partimos das experiências dos indivíduos e suas narrativas para identificação de quais as atividades educacionais poderiam ser realizadas dentro do hospital. Como resultados foi identificado a necessidade da oferta de cursos básicos de Língua Brasileira de Sinais (Libras) aos profissionais de saúde. Desta forma, este trabalho apresenta os resultados iniciais desse curso ofertado aos profissionais de saúde. O curso teve por finalidade promover capacitações aos funcionários para um melhor atendimento e acolhimento às pessoas com surdez, possibilitando uma comunicação efetiva entre os pacientes surdos e os funcionários. A metodologia do curso foi pensada a partir das concepções dos profissionais de saúde, e demais funcionários do hospital, acerca da Libras no ambiente hospitalar e as principais dificuldades enfrentadas pelos pacientes surdos na comunicação com os profissionais que atendem estes pacientes: médicos, enfermeiros, cozinheiros, entre outros. O Curso teve a carga horária de 60 horas, a partir de 9 encontros e aconteceu dentro das dependências do próprio hospital, em turnos alternados. Trinta profissionais participaram. A pesquisa sobre o impacto do curso na melhoria da comunicação entre os pacientes surdos e os funcionários do hospital ainda está em andamento, em virtude da pandemia do Covid-19, mas como resultados é possível afirmar que presença de docentes de Libras para a formação contínua no ambiente hospitalar é imprescindível para contemplar os direitos a privacidade e acessibilidade linguística da pessoa surda. Como contribuição da pesquisa temos a aproximação entre as áreas da educação e da saúde, nesse sentido a Universidade atua com um papel primordial na concretização dos direitos humanos.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas